Swim, Bike and Run!

Paulo Araújo Costa

Amateur Triathlete Triathlon as a passion Swimming, Cycling and Running for a cause

My first race

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14th of March, 2010
Father's Day Race

(For now, It's just in Portuguese)

Tudo começou no longínquo inverno do ano da graça de 2010, mais concretamente no mês de Fevereiro. Passeava eu pelas ruas da cidade do Porto quando me deparei com um cartaz a anunciar a corrida do dia do Pai, normalmente apenas leio este tipo de cartazes na diagonal, mas este deixou-me parado na sua frente a pensar. Fazia alguns anos que a  minha actividade física era esporádica e até à data nunca me tinha passado pela cabeça correr 100 metro, quanto mais 10 km. Sempre que pensava em correr ou em conversa com amigos se falava em correr, só me vinha à ideia, Correr?? só se for atrás de uma bola ou a fugir de um cão!


Mas aquele momento em frente ao cartaz deixou o bichinho cá dentro, comecei a pensar! E porque não?? afinal sou pai, seria uma boa desculpa para experimentar, na pior das hipóteses corria uma vez e seguia a minha vida. Mas até poderia gostar e mudar o estigma que sempre tive em relação à corrida.

Com a decisão tomada, comecei a pensar nas implicações que essa mesma decisão teria. Precisava de treinar, correr uma distância destas não poderia ser feito assim a frio, sem qualquer treino, mas para isso teria de comprar umas sapatilhas de corrida, não possuía nenhum calçado de desporto que pudesse utilizar.

Desloquei-me à Decahtlon, rumei à secção de corrida, normalmente até costumo frequentar lojas de desporto, mas estava acostumado a vaguear pelos corredores das bicicletas, dos desportos de inverno ou do mergulho. Foi uma estreia para mim, nunca pensei que existissem tantos modelos, para tantas especificações de corrida, procurei as sapatilhas com as características que melhor se adaptavam à minha estreia, para dizer a verdade não percebia nada do assunto e só havia um requisito para o que queria comprar, tinham de ser as mais baratas, afinal se não gostasse da coisa o que iria fazer com o que fosse comprar?

Depois de muito procurar, fiquei-me por umas sapatilhas da marca da Decahtlon, que estavam à venda pela módica quantia de 12€. Nessa altura nem sonhava se seria prenador ou supinador, se queria calçado leve ou mais pesado, se queria muito ou pouco amortecimento, o preço era a única coisa que me fazia mover por ali.

Comentei a minha decisão com um amigo, o Paulo Ferreira, que acabou por gostar da ideia e também se inscreveu. Com treinos tão longos, para minimizar o efeito de correr durante tanto tempo, sim, estávamos a planear fazer treinos de mais de meia hora, a chegar talvez aos 45 minutos, combinamos treinar juntos.
Devemos ter treinado umas 4 vezes, com paragens forçadas por causa do joelho do Paulo. Nunca corremos mais do que 6 km.

No dia da prova acabei por ir sozinho fazê-la, o meu amigo ficou no estaleiro por lesão no referido joelho.
Acordei bem cedo e meti-me a caminho do parque da cidade, como nunca tinha feito nenhuma corrida não sabia ao que ia, como dos meus amigos não conhecia ninguém que corre-se, também não pude andar a tentar saber o que me esperava.

Cheguei e vi logo todo o "circo" que costuma existir junto da meta bem como um mar de gente a preparar-se para a partida. Ainda devia faltar uma meia hora tentei perceber como é que a coisa se iria processar e ver se via alguma cara conhecida. Encontrei um amigo da altura em que andava pela faculdade, o Escaleira da Tuna da Católica, à conversa, diz-me que na semana que antecedeu a prova tinha corrido todo o percurso em treino, eu só pensava para os meus botões, que ele deveria ser maluco, então tinha corrido uma distância tão grande como treino. Como eu era inocente nessa altura em relação à corrida. O seu objectivo para a prova era acaba-la abaixo da hora.

Lá me coloquei no meio dos atletas para o tiro da partida, graças à minha inexperiência, em vez de me por junto dos que iriam fazer os 10 km misturei-me com as pessoas da caminhada, resultado, demorei quase 10 minutos a passar o pórtico da partida.

A prova em si custou muito, a falta de treino fez-se sentir do inicio ao fim de toda a corrida, eu corri, parei, caminhei, voltei a correr, disse mal da minha vida, disse mal da vida dos outros, só não insultei quem ia à minha beira porque não achei que seria de bom tom e se o fizesse, ai sim teria mesmo de correr mesmo que não consegui-se, e aquilo nunca mais acabava, quando comecei a ver a meta, na subida da Av da boavista e alguma luz no fim do túnel, descubro que ainda me faltavam 2 km e ainda tinha de subir até ao colégio do rosário.

Ao fim de muito sofrimento lá concluí a prova, estava de rastos, estava com a sensação de que me tinham passado por cima com um daqueles tanques que os usa utilizaram na guerra do golfo, mas por incrível que parecesse sentia-me bem, com uma grande satisfação e orgulho por ter concluído a prova.

E o resultado final acabou por ser bem melhor do que estava à espera, tinha conseguido ficar abaixo da hora, por 30 segundos, mas tinha conseguido, ao contrario do meu amigo que demorou mais uns minutos a concluir. Afinal não estava assim em tão má forma como pensava.

No final da prova encontro outro amigo, o Pedro Faria, que também estava a correr pela primeira vez e que fez um tempo próximo do meu. Combinamos fazer uns treinos e a partir daí tem sido uma companhia constante, quer em treinos quer nas provas, nesta aventura que comecei nesse longínquo dia de inverno de 2010.

Corrida do dia do Pai 2010 - 10 km
Dorsal 2798
Tempo: 59 minutos 31 segundos

Amateur Trithlete - Um gajo com a mania de que um único desporto é muito fácil, e que para ser mesmo desafiante tem de praticar os 3.

Paulo Araújo Costa
Porto, Portugal

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